3/31/2011


- Porque ainda não se reconhece? O que realmente ainda esconde é uma envergonhada inimizade declarada e luta a coração armado entre sentimentalidades piegas e razões partidárias? 
- Isso... Aceitar o que é mais urgente não é muito fácil! Mas, fico animado ao perceber e receber o que é oferecido, apesar de minha natureza fugitiva. São tantas... as mais variadas imagens do abismo infinito de minha subjetividade, completamente opostas à rigidez e a estática... (gritos) Posso? 
- Claro!
- Quero falar aqui de uma estética onírica ou uma estética da colcha de retalho! (mais gritos) Lanço-me a experimentar a imprevisibilidade da vida interior. 
- A primeira coisa que entendo é que estamos... Não!  Você esta tentando salvar sua própria vida. Portanto, você, é aquele... O homem tentando salvar sua própria vida.

- Pausa... É necessário respirar.

(Durante um sono em vida)

“São tantas coisas emaranhadas no vestido branco que usei ontem. Um desejo intenso de explodir entre as entranhas do ventre de uma humanidade. Essa vontade... Essa megalomanice vibrante que me consome. Junto a isso vem essas desavergonhadas invaginações de frescuras que me corroem, contagiada de paixões não muito esquecidas. Doces ódios que deliciosamente são deglutidos com a falta de prazer. IDIOTA – assim grito. E me dispo e me rasgo e me convido a invadir ilhas imaginarias que muito estão com convites ao suicídio. Essa vontade-desejo de sangue. Esse gosto na boca. E me mordo e me sinto e são pétalas transparentes e são casas e são prados, florestas azuis de tão negras. É um cavalo doido, arisco, selvagem. Há 27 anos não consigo domá-lo e pulo e grito e bato. Confiei em ti e esqueci o sepulcro da noite passada. Clamores nefastos coloridos com tempestade sem fim.
Vagas formas de amar.
Vítimas de cidades submersas.
Não há um único que tenha sobrevivido ao declínio.
 Assim vou rasgado o coração pela rua de diamantes, coberta por nevoeiro. Vai tratante de menopausas juvenis. Vai semeador de semente de menino que usa o disfarce da loucura por não agüentar a verdade da vida, as outras faces da verdade. E esse vento agreste e essa música e essa vontade do trepidar do corpo livre que não passa. O que tenho de melhor a oferecer e a minha açucarada e singela destruição! Cinco mil vezes eu queimaria a palavra te amo porque simplesmente não suporto viver o seu amor. Subitamente me encanto, me encantam. Te amei a cada olhar no espelho! Segura na minha mão... e declara que a vida futura imemorial não existe porque já criamos o nosso ninho nela. Existimos nela. Faz-me acreditar a cada pétala transparente que corre em meu rosto... Meu amigo, minha grande amiga estão na margem do rio precipício esquina beco sem saída. Por isso eu insulto essa tropicanalha vida judaico-cristã-capitalista. Por isso eu enfio o “meu” dedo na tua ferida. Por isso “eu” estou amiúde. Por isso são quatro horas da manhã e “eu” não durmo. Por isso “eu” não durmo. Por isso “eu” não te ligo. Sinceramente sucumbo.”

   - A partir deste ponto não nos responsabilizamos por nossas atitudes concretas e imagéticas -

                              ? Aperto as lembranças de minha vida contra o meu peito. Almejo que elas sejam abençoadas em seu coração. Eu sei o que devo fazer,
                                                                                saber para que isso seja verdade.
Sempre sabemos o que devemos saber.
Eles todos dependem de mim
E eu já sei
É, já sei como isso terminará.

A sensação esta apenas começando, muito terna e afetuosa. Uma mistura de álcool, tabaco e aquele cheiro ilícito de caminhos para a própria perdição. Perdição dos sentidos racionais e coações rupestres sociais.


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